Terminado as vindimas, começamos a pensar já na próxima campanha, agora é tempo de preparar a sonda de amostras de solo e por mãos à obra…
A primeira questão que se coloca é sobre as zonas de amostragem… Para quem investiu no Mapeamento NDVI é fácil decidir onde retirar as amostras, aproveitando os diferentes segmentos de vigor, pois muito possivelmente segmentos diferentes apresentam fertilidade de solo diferente….
Dependendo da área a analisar, o investimento em análises de solo pode tornar-se avultado, assim o nosso conselho é dividir a sua área em 4 zonas de amostragem anual… Ou seja, vai repetir a análise de solo na mesma parcela, ao fim de 4 anos, como manda a legislação.
Feita a zonagem e a amostragem, e com os relatórios das análises de solo, é tempo de fazer não só o Plano de Fertilização como o plano de gestão do azoto… Que mais não é que um balanço entre a incorporação e a extracção de nutrientes no solo.
Plano de Gestão do Azoto ou Balanço Húmico
Para o plano de gestão de azoto, retiramos da análise, o teor de matéria orgânica e a densidade aparente para calcular a taxa de mineralização, na vinha é importante levantar o contributo do peso da lenha de poda, das adubações verdes (na figura), do aproveitamento do restolho deixado à superfície do solo e dos nitratos presentes na água de rega.
A avaliação da Matéria Orgânica torna-se essencial, pois esta contribui com importantes quantidades de azoto provenientes da mineralização do composto orgânico do solo. Na generalidade são 4 a 5% dependendo do tipo de solo, da humidade e da temperatura do solo.
O Azoto proveniente da água de rega, se for o caso de regadio, pode corresponder a 1/4 da necessidade total de azoto da cultura consoante a quantidade de nitratos da análise da água de rega. Aqui terá de apurar o caudal (l/h) de determinado sector/vinha e multiplicar pelo total de horas de rega… utilizando também o valor 0,226 como factor de conversão (de nitratos para azoto).
Em caso de sementeira e incorporação à floração de leguminosas, a chamada Adubação Verde, pode e deve contabilizar também essa quantidade de azoto. Apesar de ser muito variável pela elevada dependência da matéria verde produzida pode levantar essa quantidade no metro quadrado e transpor para o hectare, não esquecendo o factor de multiplicação (65 para o caso da Ervilhaca, 80 para a Luzerna e Tremocilha e a rondar os 60 para os Trevos).
As produções e/ou as previsões são indicadores importantes para levantar as necessidades da cultura, porque sabemos a quantidade de nutrientes a incorporar no solo, para cada tonelada de uva produzida.
Caracterizado e levantado cada parâmetro, deve relacionar as necessidades (dado pelas previsões ou produções) e as incorporações que sofreu o seu solo e no fim encontrará as quantidades de nutrientes para cada zona homogénea.
Caso as necessidades não sejam suprimidas, devemos então completar a diferença, recorrendo à aplicação de adubos orgânicos, entrando para o calculo com os valores de Azoto apresentados na ficha técnica do respectivo fertilizante.
É essencial a selecção de zonas homogéneas ou manchas de solo, e abordar as produções/previsões para diferenciar a aplicação de fertilizantes, porque vinhas com produções de 5.000Kg/ha não apresentam a mesma necessidade em fertilizante que vinhas de 10.000Kg/ha…
Reduza custos e aumente a sustentabilidade da sua vinha…
Agora Mãos à Obra… Porque o Plano de Gestão do Azoto é Obrigatório na Condicionalidade e na Produção Integrada.
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