Verifico que cada vez mais as imagens de NDVI estão na moda, mas temos e muito que trabalhar no pós-colheita de imagens, para retirar todo o potencial das mesmas e coloca-las ao dispor da industria vitivinícola, pois não à muito tempo, a meio de uma conversa com um enólogo de uma empresa de referência nacional, ele perguntou-me… “bem, tenho o mapeamento e agora?… O que lhe faço?”
Ao que lhe respondi… “agora tens aí uma ferramenta potente para trabalhares na vinha e na adega…” Como?
As imagens por NDVI são uma importante ferramenta, que todas as grandes empresas vitivinicolas já utilizam para avaliar a variabilidade espacial no seu talhão, na sua vinha. Com ele podemos rapidamente detectar os problemas que existam na nossa vinha. Ou seja sempre que exista um fenómeno que apresente impacto na área foliar da planta, sejam eles problemas nutritivos, fitosanitários ou resultantes do stress hídrico imposto, a imagem NDVI, depois de validação “in loco”, consegue captar e segmentar essas diferenças no vigor das plantas.
A Gestão das Imagens no Inverno
O objectivo chave do mapeamento NDVI passará sempre pelo aumento da sustentabilidade do negócio, porque não só é um investimento marginal (a rondar os 0,01€/garrafa) como permite reduzir custos associados à operacionalidade e gestão vitícola como também pode ter um forte impacto na qualidade da uva e por conseguinte na qualidade final do produto.
Durante a época de repouso da Vinha, as imagens NDVI são potentes ferramentas para adequar o seu plano de fertilização… como? Se pretende num futuro próximo, fazer análises foliares ou analisar o seu solo, deve aproveitar e utilizar o mapeamento NDVI e os respetivos segmentos para a amostragem, retirando sub-amostras nas diferentes classes NDVI, adequando os recursos às reais necessidades do talhão… Porque uma vinha com uma previsão de 5.000Kg/ha tem diferentes necessidades de fertilizante que uma de 10.000Kg/ha. Funciona para vinhas já instaladas, bem como por instalar.
Um indicador que costumo controlar com os meus clientes é monitorizar o peso de lenha de poda e como tal, também aproveito os segmentos de vigor para utilizar na amostragem e levantamento das plantas a monitorizar… A fim de adequar a relação Superfície Foliar Exposta à Produção.
A Gestão de Rega e a Segmentação da Vindima
Um dos maiores e mais visível impacto da imagem será na rega, pois com um mapeamento NDVI antes da instalação podemos adequar o projecto de rega às condições do local a instalar a vinha e com isso obter importantes poupanças na eficiência de distribuição de água de rega, dando início à chamada rega de precisão. Quando o sistema de rega já está instalado, podemos adequar a estratégia de rega de forma a manipular e homogeneizar o vigor na parcela de vinha.
As imagens NDVI (ao pintor) são excelentes ferramentas para segmentar a qualidade da uva à vindima, uma rápida validação pela prova do bago, permite à enologia determinar diferenças significativas nos açúcares, nos polifenóis totais, na prova, no tamanho do bago entre outros parâmetros.
O controlo da maturação nos diferentes segmentos (classes de NDVI) permite planear a vindima de forma mais eficaz não só por colher as suas uvas no ponto óptimo de maturação, como dentro do mesmo talhão de Alicante Bouschet, pode ter várias opções de lote, aumentado a qualidade final do produto.
Diferentes classes de NDVI, permitem identificar pontos problemáticos ao nível fitosanitário, onde podemos focalizar e iniciar operações em verde (para promover arejamentos por ex.) ou tratamentos fitosanitários.
Toda esta informação é georreferenciada e pode ser utilizada tanto em avançados dispositivos controlados por GPS como num simples mapa com validação manual na vinha. Se já tem um mapeamento, aproveite ao máximo esta ferramenta e comece já a trabalhar…
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