A relação próxima que incutimos com os nossos clientes, permite muitas vezes discutir assuntos que vão muito além da gestão de rega ou do plano de fertilização que vamos apresentar para a nova campanha. É frequente entrar em assuntos que abordam a produção como um todo, sempre como “pano de fundo” a introdução de processos inovadores; A aplicação e efeitos de extratos de plantas, a tecnologia, a utilização de outros índices de vegetação que não o NDVI, são alguns exemplos disso mesmo…
Numa dessas conversas com um técnico de uma casa vitivinícola de referência do Alentejo, que após uma formação em Biodinâmica, apresentou um conceito completamente novo e fora da caixa. O conceito de “regenerar em vez de eliminar…”, um conceito de nicho mas que depressa vai passar para o “mainstream” da produção agrícola… Não temos dúvidas disso… E o conceito é… Gestão da Microbiologia de Solo.
Ficámos fans, fascinados e motivados para procurar mais sobre o assunto, um conceito que trabalha um conjunto de práticas que induzem uma rápida regeneração dos solos, devido aumento da atividade microbiológica; esta atividade vai favorecer a produção de frutos e plantas mais saudáveis, introduzindo também o indicador “brix”. Para tal, teremos de trabalhar de forma integrada, com todo o ecossistema agrícola, para obtermos melhores e maiores produções, muito em linha com “quanto mais saudáveis, mais e melhor produzimos”…
Olhar para o Solo
Normalmente o principal foco do agrónomo é a vegetação… Vigor e carências nutritivas são algumas das preocupações, contudo quando começamos a incorporar organismos vivos no solo devemos alterar o foco, não na vegetação mas para o solo e procurar respostas para o… Como potenciar a presença de microrganismos no meu solo? A compactação/arejamento, a taxa de infiltração do solo serão indicadores importantes a avaliar, perceber dinamicas do que se passa no solo, onde a fauna presente joga papel preponderante.
A gestão da microbiologia do solo será para nós o “The next big thing”, não só porque as empresas de nutrição seguem a tendência e começam a apresentar cada vez mais soluções nesta área, como também já existem estudos que indicam uma forte influência da fauna de solo nas características aromáticas das uvas. Contudo ainda estamos muito no início, existe muita falta de conhecimento no manuseamento para potenciar esta ferramenta valiosa… E muita desta falta de conhecimento vêm dos tecnicos comerciais deste produtos inovadores…porquê? Deixo algumas questões no ar…
Aplicação de micorrizas e também utiliza um herbicida…?
Depois de instaladas as azotobactérias… como as multiplico no solo?
Então por onde começar…?
Isso… fica para um próximo post…
Até lá.