Quando trabalhamos com a agricultura biológica ou outro tipo de agricultura mais amiga do ambiente, é essencial olhar como um todo para a nossa parcela, não só para a cultura mas também para as relações que existem e que se estabelecem entre os vários intervenientes do ecossistema. Devemos integrar a envolvente com a cultura e aplicar técnicas que promovam a biodiversidade funcional.
Olhando para a cadeia trófica e pensando nas comunidades vegetais que existem nas explorações agrícolas, estas comunidades são a primeira componente da cadeia alimentar, pertencem assim ao 1º nível trófico, seguindo-se os fitófagos (pragas) no 2º nível trófico e por último, os auxiliares (predadores e parasitoides) no 3º nível trófico.
Observa-se desta forma que existem ligações entre estes 3 níveis e que eles são vitais para o equilíbrio ecológico, onde as comunidades vegetais, infra-estruturas ecológicas incluídas , fornecem os pré-requisitos básicos para o desenvolvimento da fauna no seu geral e dos artrópodes em particular.
Aproveitando estas relações naturais, e pensando na forma como elas nos podem fornecer um serviço ecológico dirigido às pragas mais significativas das nossas culturas, podemos concluír que será necessário conhecer que espécies vegetais são mais benéficas para as famílias de auxiliares que encontramos na nossa cultura e combatem de forma eficaz as diferentes pragas associadas.
É fundamental conhecer ciclos de vida de ambos os intervenientes para que desta forma a compatibilidade entre a flora e a fauna auxiliar exista, de forma a que as Infra-estruturas ecológicas se tornem locais importantes de reprodução e de refúgio dos auxiliares.
As espécies colocadas nas infra-estruturas ecológicas devem permitir, por exemplo, que na fase de desenvolvimento em que o inseto precisa de se alimentar de açucares, existam plantas que estejam em floração, e as flores sejam morfologicamente adaptadas à sua forma de alimentação (armadura bucal).
Uma correta seleção das espécies herbáceas ou/e arbustivas que compõem as infra-estruturas ecológicas, em função das características morfológicas das famílias de auxiliares, vai permitir aumentar de forma exponencial as populações desta fauna e contribuir significativamente para um dos requisitos fundamentais no aumento da eficiência da actividade da fauna auxiliar no controlo biológico das pragas…
Para terminar um último conselho…
Antes de intervir na instalação das infra-estruturas ecológicas faça um levantamento das espécies de fauna e flora que existem na parcela.
Até breve