Já não é a primeira vez que afirmamos que estamos convictos que a gestão que promoves ao teu solo, joga papel importante na capacidade de resiliência das plantas/culturas aos efeitos das alterações climáticas e respetivo aquecimento global. Temos a vantagem de conhecer várias realidades, as diferentes técnicas de gestão de solo, o maneio animal, os planos de nutrição, do Sul ao Norte do Alentejo, mas com um ponto em comum… Aumentar os índices de saúde do solo.
As diversas técnicas de regenerar o solo, levam a um solo saudável, capaz de produzir plantas saudáveis e com capacidade para obter uvas nutricionalmente densas, em quantidade e qualidade.
A fertilização e análise de seiva
Costumo comparar as plantas aos humanos, somos todos seres vivos…certo? Pensa no efeito positivo que o exercício físico e a alimentação equilibrada têm sobre a tua saúde? E como esses índices são importantes para nos mantermos saudáveis? As plantas não são diferentes, também elas, quando saudáveis, estão aptas a produzir mecanismos de proteção e compostos químicos, que induzem a sua resistência às pragas, doenças e outros fatores abióticos.
Então qual o “exercício físico e a alimentação equilibrada” das plantas?
Alimentação equilibrada é fácil de entender até pela lei de Liebig ou lei do mínimo que aprendemos na escola, ela refere que todos os nutrientes devem estar em equilíbrio para o correto crescimento das plantas e mais… A falta de um simples nutriente limita o seu desenvolvimento. Neste sentido temos feito um controlo nutricional ao longo da campanha, com medições quinzenais de iões presentes na seiva das plantas e verificamos que o equilíbrio é muitas vezes quebrado pela nossa própria ação, com a aplicação desajustada de nutrientes…
Esta monitorização constante dos iões presentes na planta, permite não só verificar a dinâmica dos nutrientes dentro das plantas, como prevenir/antever fenómenos de carência nutritiva, bem antes do aparecimento da sintomatologia associada ao problema nutricional.
Quanto ao chamado “exercício físico” é o potenciar a taxa fotossintética. Se em casos normais a planta trabalha entre 20% e os 30% do seu potencial máximo, teremos que induzir para ela chegar aos 70% ou 80% e só assim ela consegue produzir solutos importantes para o aumento da sua saúde.
O difícil é lá chegar, mas assim que o conseguirmos, deixaremos de utilizar os fitofármacos e passaremos a gerir as pragas e doenças pela nutrição e tudo passará por uma questão de mindset. Passaremos a procurar soluções não para eliminar ou erradicar a praga ou a doença mas vamos à procura de soluções para aumentar a saúde das plantas.
Microbiologia de solo
Passará em muito pelas práticas agronómicas que promovam uma alimentação equilibrada, que evitem a redução da área foliar fotossinteticamente ativa e fenómenos de cavitação dentro da planta, bem como potenciar relações simbióticas com todo o ecossistema vitícola/agrícola, de onde se destaca a relação da rede microbiológica do nosso solo com as plantas…..não esqueça que as plantas só retiram do solo aquilo que realmente necessitam…
Então… Como medir a saúde da planta?
Ou seja… Como traduzir o “exercício físico” em números para monitorizar…?
Até breve.