Tem sistema de rega com rega gota a gota então agora só falta mesmo encontrar a melhor forma de gerir a sua rega para aumentar produtividades e melhorar os parametros qualitativos da sua produção.
Fui desafiado a escrever este artigo, não para evitar o seu investimento em sondas, mas para o ajudar a decidir qual a melhor opção de investimento após a instalação do sistema de rega gota-a-gota. Pretendo ajudá-lo a queimar muitas etapas na descoberta da melhor forma de gerir a sua rega… Porque também nós, já passámos por essa indecisão. Durante anos experimentámos várias alternativas na gestão de rega, desde sondas TDR, sondas FDR, Watermark’s, estação meteorológica e balanço hídrico e hoje, temos a certeza que as sondas não são a melhor alternativa…
Porque não sou fã de sondas ou medidores de humidade
Primeira grande razão é o facto de a sonda não medir o que está acontecer na planta, mede o que está acontecer no solo até uma determinada profundidade… Imagine que a planta tem uma raíz com mais de 1m de profundidade, a sonda humidade indica falta de água e a planta não precisa de água… Chama-se a isso poupança de recursos?
Para além disso, parece-nos que terão dificuldades em apresentar resultados válidos quando estivermos na presença de um solo regenerado, com micorrizas, estas não só vão buscar água aos microporos do nosso solo como podem hidratar a planta a metros de distância, logo, a nosso ver, terá de haver uma redefinição nas linhas dos parametros hídricos do solo.
A instalação também é ponto crítico, quando esta apresenta zonas de ar ao longo do perfil da sonda, fornece leituras erradas ao gestor agrícola.
“Só usamos as sondas para dar sinal de início de rega…”
E não esqueça que uma sonda só mede um ponto, terá de investir em diversas sondas para conseguir uma boa taxa de cobertura das suas parcelas, existem outros métodos mais portáteis como a camara de pressão Scholander com a qual consegue fazer várias medições na sua vinha ou cultura.
A última razão e para nós a mais importante é se quiser aproveitar os trabalhos científicos que por aí se fazem, recorrem à gestão de rega por medição do potencial hídrico de base ou potencial hídrico de meio dia, os quais abordam e relacionam os níveis de stress com parâmetros de qualidade da uva, tornando a gestão de rega baseada em sondas pouco “científica”.
Quem tem… Qual o uso que faz das sondas?

A pergunta é mesmo essa, antes de investir… Pergunte a outros produtores/utilizadores…Qual o uso que fazem delas. Vai ficar surpreendido… Arrisco mesmo a dizer que 75% dos casos vai dizer… “Olhamos pouco para elas…” . Nós não ficamos surpreendidos, pois por onde temos passado, as sondas depressa passam para 2ª escolha e perdem o interesse quando começamos a trabalhar com o stress hidrico na planta.
Quando a rega joga papel muito importante na qualidade das uvas e no perfil de vinho, não podemos descurar preciosa informação pois uma uma vinha com uvas para entradas de gama tem necessidades de água bem diferentes de uma vinha com uvas para um vinho de guarda.
“ Abandonámos as sondas preferimos medir o Potencial Hídrico de Base na planta. Temos poupanças de água superiores à utilização de sondas e conseguimos promover estratégias de rega/stress hídrico consoante a qualidade de uva que pretendemos… “
Como fazem as Grandes Empresas Vitivinícolas?
São muitos os exemplos que já ou sempre utilizaram a camara de pressão de scholander para gerir a rega, muitas vezes associando-a ao NDVI. Trabalhamos com algumas delas e como disse no inicio deste post… Não é questão de enumerar desvantagens … É uma questão de o ajudar a queimar etapas…
Fica a dica de mais de 10 anos de descobertas, tentativas/erro/nova tentativa até chegar à solução que, para nós e até ao momento, mais se ajusta a uma gestão de rega de precisão.
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